Você já teve aquela sensação estranha de que alguém está observando, mesmo quando está sozinho em casa? Já pensou em como, com apenas um clique num link errado, sua câmera, suas senhas e até suas conversas podem cair nas mãos de criminosos?

Foi exatamente isso que aconteceu recentemente com a atriz e influencer Mel Maia. Os hackers invadiram as contas da mãe dela e conseguiram acessar até as câmeras de segurança da casa. Assustador, né? E não é um caso isolado.

O Brasil é hoje um dos países mais atacados da América Latina, segundo a Netscout. Em 2023, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou mais de 1,9 milhão de estelionatos — isso dá um golpe a cada 16 segundos. E esses números não param de crescer.

Se você é MEI, tem um pequeno negócio ou simplesmente usa a internet para trabalhar e se comunicar, o risco é real. Mas a boa notícia é que tem como se proteger — e não precisa ser especialista em tecnologia pra isso.

Neste artigo, você vai entender como esses ataques funcionam, por que estão cada vez mais comuns, e o que você pode fazer hoje mesmo para não virar mais uma estatística.

Antigamente, o maior medo era ter o cartão clonado. Hoje, o buraco é mais embaixo. Os hackers não estão mais interessados só no seu dinheiro — eles querem acesso à sua vida. E conseguem isso invadindo contas, rastreando mensagens, ativando câmeras e microfones, e assumindo identidades.

A internet virou terreno fértil para golpes cada vez mais sofisticados — e pessoais. E isso tem um impacto que vai muito além do prejuízo financeiro. As vítimas também enfrentam traumas emocionais, danos à reputação e insegurança até dentro de casa. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os crimes digitais aumentaram em 360% entre 2018 e 2024. Isso mostra o quanto os criminosos estão mais preparados — e o quanto ainda tem gente desprotegida. Para piorar, o Brasil é o principal alvo de ciberataques na América Latina, de acordo com um relatório da Netscout. Em apenas seis meses de 2022, o número de tentativas de ataque aumentou 19%. E essa escalada continua.

Esses ataques não escolhem perfil. Tanto grandes empresas quanto pequenos negócios, influenciadores digitais ou pessoas comuns são alvos em potencial. A diferença está em quem está preparado — e quem não está.

Os hackers de hoje não são como os filmes de antigamente. Eles não estão de capuz em porões escuros tentando adivinhar senhas aleatórias. Eles são estratégicos, organizados e muitas vezes nem precisam de muito esforço — porque contam com um detalhe importante: o seu clique.

Esse é um dos métodos mais usados porque funciona. O hacker envia uma mensagem por e-mail, SMS ou WhatsApp fingindo ser sua operadora, seu banco ou até um amigo. O tom é sempre urgente: “confirme seus dados”, “evite o bloqueio da conta”, “parabéns, você ganhou”.

   

Clicou no link? Pronto. Eles têm acesso a tudo.

       

        Desconfie de mensagens com links, principalmente as que pedem informações pessoais. Verifique se o remetente é confiável antes de clicar. E nunca baixe arquivos ou aplicativos enviados            por desconhecidos.

Esse golpe é mais avançado, mas comum. O criminoso entra em contato com a operadora, se passando por você, e pede um novo chip. Com isso, seu chip antigo é desativado, e o novo — agora com seu número — vai parar nas mãos do hacker.

Com isso, ele pode receber seus SMS, acessar seu WhatsApp, resetar senhas de banco... tudo.

Cadastre uma senha de atendimento na sua operadora, ative a autenticação em dois fatores nas contas principais e monitore qualquer falha de sinal no seu telefone — pode ser sinal de ataque.

Com o acesso a contas de e-mail ou redes sociais, o hacker pode entrar em aplicativos conectados, como câmeras de segurança. Foi o que aconteceu com Mel Maia: os criminosos conseguiram assistir à família em tempo real. Isso gera não só medo, mas uma violação profunda da privacidade.

Troque as senhas padrões dos equipamentos, mantenha os apps atualizados e use autenticação em dois fatores.

Muitas vezes, você nem percebe que foi vítima. Seus dados ficam à venda na deep web e só vai descobrir quando tentarem abrir uma conta em seu nome ou aplicar algum golpe com seu CPF.

Evite cadastrar dados pessoais em sites desconhecidos, monitore seu CPF e use plataformas que alertam sobre vazamentos.

Agora que você já sabe como os hackers agem, vamos ao que mais importa: como se proteger. A boa notícia é que você não precisa ser nenhum especialista para dar os primeiros passos. Algumas medidas simples podem fazer toda a diferença.

Esse é um dos jeitos mais eficazes de proteger suas contas. Mesmo que o hacker descubra sua senha, ele não vai conseguir acessar sem o segundo código (que normalmente vai por SMS ou app de autenticação).

Dica: Priorize isso em contas bancárias, e-mails, redes sociais e qualquer app com informações sensíveis.

Parece básico, mas ainda é a principal porta de entrada dos golpes. Se você recebeu uma mensagem inesperada com link, pare e pense:

Você estava esperando isso?  

O endereço parece estranho ou genérico?

O tom da mensagem é urgente demais?

Regra de ouro: quando em dúvida, não clique.

Evite usar a mesma senha em tudo. E por mais tentador que seja usar "123456" ou "nome + data de nascimento", evite. Hackers têm ferramentas que testam senhas simples em segundos.

Dica prática: Use um gerenciador de senhas. Ele cria e guarda senhas seguras para você.

Sim, aquelas atualizações chatas têm um propósito: fechar brechas de segurança. Quando você adia a atualização do celular, navegador ou antivírus, está dando vantagem aos hackers.

Dica: Ative as atualizações automáticas sempre que possível.

Use serviços que alertam se seus dados foram vazados e monitore movimentações com seu CPF. Isso pode te dar tempo de reagir antes que alguém tente abrir uma conta ou fazer um financiamento em seu nome.

Se seu chip parar de funcionar do nada e você não fez nenhuma solicitação, pode ser sinal de clonagem. Entre em contato com a operadora imediatamente e peça o bloqueio total.

o risco é real — e a prevenção também

A verdade é simples: ninguém está imune. Nem celebridades, nem pequenas empresas, nem você. Os hackers evoluíram, os golpes ficaram mais inteligentes, e o Brasil está no centro da mira.

Mas isso não significa que você precisa viver com medo. Com atitudes simples — como não clicar em links estranhos, ativar autenticação em dois fatores e ficar de olho nos sinais — você já se coloca à frente da maioria das vítimas.

A prevenção não precisa ser técnica. Ela precisa ser prática. E a partir de agora, você já sabe por onde começar.

Se você conhece alguém que precisa aprender essas dicas para se proteger, compartilha esse conteúdo com ela. Pode ser um amigo, colega de trabalho ou até alguém da família que ainda acha que “isso nunca vai acontecer com ele”.

Quanto mais gente bem informada, menos espaço os golpistas vão ter.

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